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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Recebi de uma colega de trabalho o cartãozinho de um "coaching", uma consultoria dada por esses caras especializados em orientar, treinar as pessoas para que elas obtenham sucesso na carreira e na vida pessoal. Fiquei interessada e perguntei: "É caro?" e  a colega respondeu: "É, mas vale a pena."


Antes que a conversa acabasse, fiz várias perguntas com um tom investigativo e meu impulso era o de concluir e ter que dizer para mim mesma e para a colega que sim, talvez eu precisasse de "coaching"! Mas depois ponderei e antes de dizer qualquer coisa levantei alguns critérios.

Eu não duvido que valha pagar o preço exorbitante pelas consultas - que eu nem tive coragem de perguntar em face da afirmativa direta da colega, -  e se eu fizer um curto "de volta ao túnel do tempo", vejo que as coisas que me aconteceram nos últimos meses, todas as mudanças, os momentos de pasmaceira e, também as  novidades, diriam que o "coach" é indicado para o meu caso!

Prossegui com o assunto perguntando se o "coaching" estava dando resultados para ela. Sim, ela disse. É muito bom ir lá. O cara também é muito sincero, se percebe que o seu problema não é algo que ele possa ajudar, te encaminha logo para a terapia.

Não, acho que também não é o caso.


Confesso que o tal "coach" me deixou empolgada por alguns minutos!  Se pensarmos na lógica classe média de pensar, vamos dizer: ora, mas todo mundo precisa de coaching! Se pensarmos melhor vamos dizer a tônica máxima contrária: ninguém precisa de coaching.

Afinal, o que é o coaching? Seria uma profissão inventada na contemporaneidade para atender a uma demanda cada vez maior de trabalhadores, empreendedores, indivíduos, em geral, insatisfeitos com sua atual condição de vida e que querem encontrar o seu lugar ao Sol?  O coaching serve a quem? Serve às pessoas que estão enquadradas em um jeito de pensar e fazer mercadológico e que sentem que precisam atender às exigências e expectativas desse mercado seletivo, desigual e muitas vezes injusto e cruel? Ou em outra perspectiva, o coach seria um cara legal, aquele que vai te ajudar a encontrar o caminho da felciidade e da realização, mas para isso você precisa pagar caro, afinal ele fez uma porrada de cursos no Estados Unidos, na Europa, no Japão e tudo que é bom precisa ser exclusivo? Honestamente, não tenho a menor ideia, mas é sempre bom elucubrar sobre coisas que a gente não entende muito bem. E eu vejo teoria da conspiração em quase tudo que respira!

Mas nem tudo é tão simples, e fazer perguntar tendenciosas que detonariam esse sujeito logo de cara, não resolvem o meu problema. Costumo ser insistente com as ideias fixas. Pergunto: Eu precisaria de um "coach" para me encontrar profissionalmente, ganhar dinheiro e ter realização na vida? E me vem uma contra resposta: Se você precisasse de um "coach", me diz como seus pais conseguiram comprar um fusca, dar entrada num apartamento enquanto pagava o aluguel e ainda viajar para Porto Seguro no final do ano de férias?

A  minha vida é cheia de incertezas, cheia de altos e baixo. Precisaria de um coach para dar uma equilibrada nos ânimos. Mas minha vida é como é a vida de qualquer pessoa. Algumas pessoas precisam de fato de terapia. Assim como outras precisam de terapia e rivotril. Eu nunca precisei nem de uma coisa, nem de outra. E cá estou! Viva, sobrevivendo aos perrengues do dia a dia, e muito bem obrigada!


Se você me perguntar se estou certa sobre minha profissão, se estou feliz, se me sinto realizada, etc, eu responderia: hoje estou. amanhã não sei. Como é bom dizer isso. E para conhecimento: é claro que não sei o que quero fazer da vida. Não sou uma pessoa feliz sempre e isso não é o mais importante. Afinal a vida não é um comercial de margarina ou, como diria um professor, uma pesquisa de satisfação de sabão em pó, em que somos convidados a dizer se gostamos ou não gostamos.

Além disso, eu deveria procurar um coach para me dizer o que fazer da vida? Não dá porque segundo minha colega, um bom coach nunca diz ao cliente o que fazer \o/ É tenso!

Então entrei numa onda de descoberta individual: se não fosse publicitária  o que seria eu? seria cronista? bailarina ou fotógrafa? Seria uma bem sucedida jornalista, correspondente internacional da Rede Globo em Londres?. Talvez eu seria arquiteta ou cineasta.... Se tudo der errado ainda posso ser balconista ou artista plástica pra atender clientes mal ou fazer quadros horríveis e dizer que tudo é válido em nome da da arte de vanguarda e da liberdade de expressão!

Se não fosse publicitária eu seria artista plástica, ok. Mas se fosse por uma questão de sobrevivência eu preferiria ser "sushiwoman" \o/ para não morrer de fome e ser capaz preparar minha própria refeição sofisticada. Não preciso que um coaching me diga isso. Aliás, acho que ele nem diria mesmo, anyway.

Então estamos conversados, para mim o coaching parece modinha de rico e armadilha para pegar classe média. Esses preconceitos de classe, aprendi com meu noivo, que há cinco anos juro que intercâmbio é coisa de rico. E acho que ele tá certo porque eu nunca conseguir intercambiar nem pro Paraguai.

O coaching só vai servir para mim ele não servir para orientar e meu ajudar a encontrar o caminho o porte de ouro atrás do arco-íris. Não quero encontrar pote de ouro nenhum, quero mesmo é viver o processo. Se Deus aparecesse na Terra e dissesse aos homens: estejam prontos para a morte, pois quem quiser vir comigo hoje irá para o paraíso e terá tudo que sempre sonhou, só que para isso, você precisaria desconsiderar tudo que está experimentando agora e tudo que experimentou até hoje. Eu seria daquele tipo que diz não. Primeiro porque que graça teria ter tudo de melhor no paraíso e esquecer o que vivi e o vivo hoje de mais legal? Segundo porque, eu sempre duvido de quem promete as coisas de mão beijada assim. Terceiro porque, fala sério, Deus não faria isso porque ele é o cara: inventou a vida, puro processo, descobertas e muitos percalços.

Por isso eu digo para o "coach": sua orientação fica pra depois, bebê. Eu quero mesmo é viver o caos!

Ficamos combinanos: o cartão do tal coach vai continuar guardado na minha carteira. Quem sabe um dia não ligo pra saber o preço? Quando custa mesmo? Qual é o preço pra gente se encontrar? Para cada problema existe uma promessa de solução? Ok. Quem sabe um dia? Quem sabe amanhã ou no ano que vem? Mas hoje não, coach. Hoje não.





sábado, 27 de outubro de 2012


Hoje no shopping, esperando numa fila gigante do quiosque de sorvete, vi a marca de um chocolate cujo nome era 'Bubbly'. Imediatamente me lembrei do jogo de computador que virou febre lá em casa por alguns meses: o Bubble! O jogo era assim meio "bubble", rsrs, mas era bom demais falar essa palavra o tempo inteiro enquanto se jogava. Eu e minha mãe gritávamos de tanto rir quando perdíamos uma fase e nossas bolhas desapareciam. Tamanha era a diversão, quis dividir essa incrível experiência de repetir "bubble" inúmeras vezes seguidas com Fred para ver no que dava:

- Bubble é a palavra mais legal do inglês, você não acha?
- Nunca pensei nisso. Por quê?
-Além do significado, é bom demais falar "bubble". Fala! BUBBLE, BUBBLE!
- Bubble, bubble...bubble. É bom mesmo. Tem razão. É divertido!

.....

- Bubble!
- Bubble!
- BUBBLE, BUBBLE, BUBBLE, BUBBLE...


Mas a diversão acabou rápido. Tão logo pegamos o sorvete e saímos dali, "bubble" estourou no meio dessa  noite de passeios, sorrisos, beijinhos, despedidas...

Já "bubbly" (o menos engraçado) permaneceu lá, estampado na vitrine da loja de departamento.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

chegou outubro, e com ele tantas alegrias. expectativas. pensei que setembro fosse o mês da primavera. mas floresce mesmo é agora.

1. ontem, dia 1º, saí com mamãe. experimentei vestidos de noiva que nunca compraria. o passeio foi legal e tudo mais. mas tomei uma decisão importante: não vou mais nesse tipo de lugar. é desonesto, sabe. muito luxo pra pouca banca!

2. no caminho de volta pra casa, recebi um telefonema. era sobre um currículo que enviei há mais de um mês. como estou acostumada com os retornos rápidos, quase imediatos (o que é bom), nem tinha me importado com a ausência de resposta desse (o que não é bom). decidi partir para outro, ou melhor, para outras, vagas, rs. E eis, que no meu do centrão de bh, no caixa do banco, o cara me liga pra falar sobre a tal vaga de meses atrás. a vida pega mesmo a gente de surpresa!

3. no centro, passamos em frente à praça da rodoviária. muita gente por lá. necessitados, flagelados de toda sorte. as pessoas podem ser mais miseráveis do que se imagina! vi no lugar uma oportunidade pra panfletagem anti-propagandista do prefeito, rs. havia no local dois buracos do márcio. um em cada lado. com os mesmos dizeres: sondagem obras do metrô. o metrô é a solução (\o/). e é mesmo, ainda mais em período de eleição... tirei pra fora da bolsa os jornais, com os panfletos pregados, e fui entregando pro povo. ,mas a vontade que tive na hora era tirar da bolsa uma placa gigante, do tipo que sairia da bolsa de mary poppins, e estacionar em frente ao buraco, placa empunhada, com as frases: isso aqui é uma farsa. o buraco do lacerda tá cheirando mal!

4. minha empolgação com a fotografia só tem aumentado. a escrita é minha válvula de escape, mas a imagem é, sem dúvida, minha melhor e mais excitante forma de expressão. é isso que quero pra vida! e se tudo é uma questão de ser, que seja!

5. pearl jam vai voltar ao brasil. a gente se contorce de angústia porque são tantos dramas! não sabe se vai ter dinheiro, se vai conseguir ingresso, se vai ter como ir, se instalar, essas coisas! mas depois de ler a notícia exclamei bem alto: foooooodaaa-se! eles vão voltaaaaar!!! tirei do quarto o ten reissue, liguei o som na sala e botei no talo! tomei banho ao som de Why Go. sugestivo, não?

seja bem-vindo outubro, mês das flores, da transformação. mês das energias e das esperanças que se renovam. e fora vestidos de noivas caros pra enganar classe média. fora desemprego e chateação. fora lacerda e seu buraco sujo do suposto metrô. fora tempo de incertezas profissionais! sim, eu sou uma pessoa de fé.