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domingo, 2 de dezembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012

Fred e suas botinas invejáveis chegam hoje no Pará. Ai que terra distante!

Faz quase dois meses que comecei a trabalhar em um novo emprego e minha vida virou de cabeça pra baixo novamente. tenho estado tão ocupada nos dias de semana e tão cansada nos finais de semana, que já me esqueci mesmo das coisas que gosto de fazer quando estou de folga e descansada...

eu não posso me esquecer que gosto muito de belo horizonte e que, em breve, essa cidade me fará muita falta. não posso me esquecer de dançar, mesmo que seja uma péssima dançarina e não tenha mais ritmo, ânimo ou fôlego. não posso me esquecer dos meus sonhos: do quanto quero fotografar, escrever, viajar, filmar e compartilhar experiências por aí.

não posso me esquecer de estudar: todos os dias um pouco, pelo menos trinta minutinhos, principalmente as coisas que me esqueço com facilidade.

voltei pra casa de ônibus. vim pensando nas coisas que sempre quis fazer e que ainda não fiz...
a gente não pode deixar passar, sabe..

na sexta-feira fiz happy hour. aí contei que antes de comunicação, quis estudar artes. e ouvi um coro dizer: é a sua cara. eu gosto quando as pessoas me dizem coisas que quero ouvir, hahaha! é ótimo, não é mesmo? mas preciso usar isso a meu favor: se pudesse fazer hoje o que sempre quis fazer na vida, o que eu faria? pensamentos apimentados para começar bem a semana.



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ontem depois da chuvarada de fim de tarde, em meio à loucura do trabalho, ao caos nas ruas... vi pela janela do prédio duas andorinhas ouriçadas, lado a lado, acomodadas no galho de uma árvore. foi rápido demais, mas estou certa de que vi uma delas até fechando os olhinhos pra um breve cochilo... coisa linda de se ver!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

sofro de indigestão pós-falatório. falo demais, cruzes! preciso me policiar mais e falar menos ainda. quando conseguir isso, as duas coisas, uma ou outra, serei mais feliz e tranquila comigo mesma. silenciar para aprender. e sigamos.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012


Ouvi de uma amiga que há muito tempo não vejo: "Os amigos não se procuram. Os amigos se reconhecem."

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Recebi de uma colega de trabalho o cartãozinho de um "coaching", uma consultoria dada por esses caras especializados em orientar, treinar as pessoas para que elas obtenham sucesso na carreira e na vida pessoal. Fiquei interessada e perguntei: "É caro?" e  a colega respondeu: "É, mas vale a pena."


Antes que a conversa acabasse, fiz várias perguntas com um tom investigativo e meu impulso era o de concluir e ter que dizer para mim mesma e para a colega que sim, talvez eu precisasse de "coaching"! Mas depois ponderei e antes de dizer qualquer coisa levantei alguns critérios.

Eu não duvido que valha pagar o preço exorbitante pelas consultas - que eu nem tive coragem de perguntar em face da afirmativa direta da colega, -  e se eu fizer um curto "de volta ao túnel do tempo", vejo que as coisas que me aconteceram nos últimos meses, todas as mudanças, os momentos de pasmaceira e, também as  novidades, diriam que o "coach" é indicado para o meu caso!

Prossegui com o assunto perguntando se o "coaching" estava dando resultados para ela. Sim, ela disse. É muito bom ir lá. O cara também é muito sincero, se percebe que o seu problema não é algo que ele possa ajudar, te encaminha logo para a terapia.

Não, acho que também não é o caso.


Confesso que o tal "coach" me deixou empolgada por alguns minutos!  Se pensarmos na lógica classe média de pensar, vamos dizer: ora, mas todo mundo precisa de coaching! Se pensarmos melhor vamos dizer a tônica máxima contrária: ninguém precisa de coaching.

Afinal, o que é o coaching? Seria uma profissão inventada na contemporaneidade para atender a uma demanda cada vez maior de trabalhadores, empreendedores, indivíduos, em geral, insatisfeitos com sua atual condição de vida e que querem encontrar o seu lugar ao Sol?  O coaching serve a quem? Serve às pessoas que estão enquadradas em um jeito de pensar e fazer mercadológico e que sentem que precisam atender às exigências e expectativas desse mercado seletivo, desigual e muitas vezes injusto e cruel? Ou em outra perspectiva, o coach seria um cara legal, aquele que vai te ajudar a encontrar o caminho da felciidade e da realização, mas para isso você precisa pagar caro, afinal ele fez uma porrada de cursos no Estados Unidos, na Europa, no Japão e tudo que é bom precisa ser exclusivo? Honestamente, não tenho a menor ideia, mas é sempre bom elucubrar sobre coisas que a gente não entende muito bem. E eu vejo teoria da conspiração em quase tudo que respira!

Mas nem tudo é tão simples, e fazer perguntar tendenciosas que detonariam esse sujeito logo de cara, não resolvem o meu problema. Costumo ser insistente com as ideias fixas. Pergunto: Eu precisaria de um "coach" para me encontrar profissionalmente, ganhar dinheiro e ter realização na vida? E me vem uma contra resposta: Se você precisasse de um "coach", me diz como seus pais conseguiram comprar um fusca, dar entrada num apartamento enquanto pagava o aluguel e ainda viajar para Porto Seguro no final do ano de férias?

A  minha vida é cheia de incertezas, cheia de altos e baixo. Precisaria de um coach para dar uma equilibrada nos ânimos. Mas minha vida é como é a vida de qualquer pessoa. Algumas pessoas precisam de fato de terapia. Assim como outras precisam de terapia e rivotril. Eu nunca precisei nem de uma coisa, nem de outra. E cá estou! Viva, sobrevivendo aos perrengues do dia a dia, e muito bem obrigada!


Se você me perguntar se estou certa sobre minha profissão, se estou feliz, se me sinto realizada, etc, eu responderia: hoje estou. amanhã não sei. Como é bom dizer isso. E para conhecimento: é claro que não sei o que quero fazer da vida. Não sou uma pessoa feliz sempre e isso não é o mais importante. Afinal a vida não é um comercial de margarina ou, como diria um professor, uma pesquisa de satisfação de sabão em pó, em que somos convidados a dizer se gostamos ou não gostamos.

Além disso, eu deveria procurar um coach para me dizer o que fazer da vida? Não dá porque segundo minha colega, um bom coach nunca diz ao cliente o que fazer \o/ É tenso!

Então entrei numa onda de descoberta individual: se não fosse publicitária  o que seria eu? seria cronista? bailarina ou fotógrafa? Seria uma bem sucedida jornalista, correspondente internacional da Rede Globo em Londres?. Talvez eu seria arquiteta ou cineasta.... Se tudo der errado ainda posso ser balconista ou artista plástica pra atender clientes mal ou fazer quadros horríveis e dizer que tudo é válido em nome da da arte de vanguarda e da liberdade de expressão!

Se não fosse publicitária eu seria artista plástica, ok. Mas se fosse por uma questão de sobrevivência eu preferiria ser "sushiwoman" \o/ para não morrer de fome e ser capaz preparar minha própria refeição sofisticada. Não preciso que um coaching me diga isso. Aliás, acho que ele nem diria mesmo, anyway.

Então estamos conversados, para mim o coaching parece modinha de rico e armadilha para pegar classe média. Esses preconceitos de classe, aprendi com meu noivo, que há cinco anos juro que intercâmbio é coisa de rico. E acho que ele tá certo porque eu nunca conseguir intercambiar nem pro Paraguai.

O coaching só vai servir para mim ele não servir para orientar e meu ajudar a encontrar o caminho o porte de ouro atrás do arco-íris. Não quero encontrar pote de ouro nenhum, quero mesmo é viver o processo. Se Deus aparecesse na Terra e dissesse aos homens: estejam prontos para a morte, pois quem quiser vir comigo hoje irá para o paraíso e terá tudo que sempre sonhou, só que para isso, você precisaria desconsiderar tudo que está experimentando agora e tudo que experimentou até hoje. Eu seria daquele tipo que diz não. Primeiro porque que graça teria ter tudo de melhor no paraíso e esquecer o que vivi e o vivo hoje de mais legal? Segundo porque, eu sempre duvido de quem promete as coisas de mão beijada assim. Terceiro porque, fala sério, Deus não faria isso porque ele é o cara: inventou a vida, puro processo, descobertas e muitos percalços.

Por isso eu digo para o "coach": sua orientação fica pra depois, bebê. Eu quero mesmo é viver o caos!

Ficamos combinanos: o cartão do tal coach vai continuar guardado na minha carteira. Quem sabe um dia não ligo pra saber o preço? Quando custa mesmo? Qual é o preço pra gente se encontrar? Para cada problema existe uma promessa de solução? Ok. Quem sabe um dia? Quem sabe amanhã ou no ano que vem? Mas hoje não, coach. Hoje não.





sábado, 27 de outubro de 2012


Hoje no shopping, esperando numa fila gigante do quiosque de sorvete, vi a marca de um chocolate cujo nome era 'Bubbly'. Imediatamente me lembrei do jogo de computador que virou febre lá em casa por alguns meses: o Bubble! O jogo era assim meio "bubble", rsrs, mas era bom demais falar essa palavra o tempo inteiro enquanto se jogava. Eu e minha mãe gritávamos de tanto rir quando perdíamos uma fase e nossas bolhas desapareciam. Tamanha era a diversão, quis dividir essa incrível experiência de repetir "bubble" inúmeras vezes seguidas com Fred para ver no que dava:

- Bubble é a palavra mais legal do inglês, você não acha?
- Nunca pensei nisso. Por quê?
-Além do significado, é bom demais falar "bubble". Fala! BUBBLE, BUBBLE!
- Bubble, bubble...bubble. É bom mesmo. Tem razão. É divertido!

.....

- Bubble!
- Bubble!
- BUBBLE, BUBBLE, BUBBLE, BUBBLE...


Mas a diversão acabou rápido. Tão logo pegamos o sorvete e saímos dali, "bubble" estourou no meio dessa  noite de passeios, sorrisos, beijinhos, despedidas...

Já "bubbly" (o menos engraçado) permaneceu lá, estampado na vitrine da loja de departamento.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

chegou outubro, e com ele tantas alegrias. expectativas. pensei que setembro fosse o mês da primavera. mas floresce mesmo é agora.

1. ontem, dia 1º, saí com mamãe. experimentei vestidos de noiva que nunca compraria. o passeio foi legal e tudo mais. mas tomei uma decisão importante: não vou mais nesse tipo de lugar. é desonesto, sabe. muito luxo pra pouca banca!

2. no caminho de volta pra casa, recebi um telefonema. era sobre um currículo que enviei há mais de um mês. como estou acostumada com os retornos rápidos, quase imediatos (o que é bom), nem tinha me importado com a ausência de resposta desse (o que não é bom). decidi partir para outro, ou melhor, para outras, vagas, rs. E eis, que no meu do centrão de bh, no caixa do banco, o cara me liga pra falar sobre a tal vaga de meses atrás. a vida pega mesmo a gente de surpresa!

3. no centro, passamos em frente à praça da rodoviária. muita gente por lá. necessitados, flagelados de toda sorte. as pessoas podem ser mais miseráveis do que se imagina! vi no lugar uma oportunidade pra panfletagem anti-propagandista do prefeito, rs. havia no local dois buracos do márcio. um em cada lado. com os mesmos dizeres: sondagem obras do metrô. o metrô é a solução (\o/). e é mesmo, ainda mais em período de eleição... tirei pra fora da bolsa os jornais, com os panfletos pregados, e fui entregando pro povo. ,mas a vontade que tive na hora era tirar da bolsa uma placa gigante, do tipo que sairia da bolsa de mary poppins, e estacionar em frente ao buraco, placa empunhada, com as frases: isso aqui é uma farsa. o buraco do lacerda tá cheirando mal!

4. minha empolgação com a fotografia só tem aumentado. a escrita é minha válvula de escape, mas a imagem é, sem dúvida, minha melhor e mais excitante forma de expressão. é isso que quero pra vida! e se tudo é uma questão de ser, que seja!

5. pearl jam vai voltar ao brasil. a gente se contorce de angústia porque são tantos dramas! não sabe se vai ter dinheiro, se vai conseguir ingresso, se vai ter como ir, se instalar, essas coisas! mas depois de ler a notícia exclamei bem alto: foooooodaaa-se! eles vão voltaaaaar!!! tirei do quarto o ten reissue, liguei o som na sala e botei no talo! tomei banho ao som de Why Go. sugestivo, não?

seja bem-vindo outubro, mês das flores, da transformação. mês das energias e das esperanças que se renovam. e fora vestidos de noivas caros pra enganar classe média. fora desemprego e chateação. fora lacerda e seu buraco sujo do suposto metrô. fora tempo de incertezas profissionais! sim, eu sou uma pessoa de fé.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

dormir em noite bonita de amor é quase um pecado
se a gente sonha acordado
é como fumar um cigarro

se da janela eu vejo a cidade
espero mais um pouco
me invade

tomo ar de brisa
respiro

e encho o peito de suspiros
o pensamento de palavras
e as palavras de sonhos

tudo numa noite bonita
de amor
e de pecado

sábado, 22 de setembro de 2012

Li no livro "Conversas com Almodóvar" que o cineasta tinha o desejo de filmar a sua mãe falando, contando estórias pra câmera, assim de bobeira mesmo, pra que quando ele sentisse muita saudade e quisesse ouvi-la, pudesse recorrer à gravação. Eu tenho essa vontade também, acho que muita gente tem, né!? Mas não é com mãe nem pai. Queria fazer o mesmo com o meu avô: botar ele pra falar até! E depois assistir inúmeras vezes ele contando as histórias da infância em Pedra Azul, da vida em Teófilo Otoni e das viagens de avião que ele fez pras bibocas desse brasilzão, só servindo os políticos importantes... como disse o Almodóvar, esse desejo é meio egoísta, mas juro que a minha intenção é a melhor do mundo, rsrs! Será que o vovô topa, hein!?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fui amando ele aos pouquinhos. No começo era só curiosidade, depois o amor cresceu. Em menos de um ano eu já me imaginava passando todos os momentos da minha vida com ele: as coisas que já tinha feito e gostei, das mais importantes às mais inúteis; as coisas que nunca fiz, mas que era louca pra fazer, como ir ao show do pearl jam e chorar do começo ao fim; e também as coisas que jamais pensei em fazer (!) Com ele eu fiz. Um amor como o nosso inventa moda todo dia por muitas razões, mas acho que é, principalmente, porque a gente gosta de se reinventar.

A gente foi aprendendo a amar junto, e todo dia eu amava uma parte dele que não conhecia. Depois de tanto tempo juntos a gente já ama um todo por completo. Por exemplo, eu amo a orelhinha dele, que tem pelugem aveludada nas beiradinhas do lado de fora, mais ou menos do mesmo jeito que ele ama morder o meu nariz (?)

A gente ama se atacar por qualquer coisa, faça chuva ou faça sol, os ataques são divertidos e é sempre uma alegria.Se tem uma coisa que vamos ensinar aos nossos filhos é isso: ataque sempre que precisar ou quando tiver vontade, hehe.

Amamos fazer tudo juntos. E não dispensamos passar um dia inteiro sem fazer nada, só de perna pro ar. Eu já amei ele tantas vezes que nem sei...Perdi a conta de quanto tempo fiquei vendo ele dormir um sono ferrado! Suspirar, franzir a testa e relaxar de novo. Aí abrir os olhos e sorrir quando me vê a contemplá-lo.

Eu já amei ele tantas vezes só de assistir ele comer, e gemer por achar bom; de vê-lo conversar com alguém, de vigiá-lo enquanto ele pensava na vida; ou abraçá-lo quando chorava só de ouvir música! Já amei ele tantas vezes e de tantos jeitos na cama: na dele, na minha, e em tantas outras, de tantos quartos e tantas casas diferentes!

Sinto que desde que o conheci só sei falar de amor, embora fale também de tantas coisas: de política, de revistas, de cinema, de televisão, de viagens, de projetos, de amigos, de medos, de tudo mesmo que me interessa, que interessa a ele. Vejo nisso tudo muitas formas de amor, travestido e a pulsar. Falo tanto para ele todas as bobagens que penso nessa vida que fico até com pena! Mas como a gente fala pra caralho, eu nem me culpo tanto mais, haha!

Desde que ele foi para o Pará eu divido os dias entre conversas sobre cidades, eleições, sol, chuva, rio, chegadas e partidas. No meio disso, sobra tempo de sobra para devanear. Perco a conta de quantas vezes interrompemos qualquer conversa para falar do futuro, planejar os próximos encontros, os passeios, as tarefas e, claro, discutir o casamento...mas como tudo nesse processo é importante, também falamos de açaí, de tapioca, de cacau, enfim...comidas gostosas que vou comer em breve, nham, nham.

Alguns casais se declaram em silêncio. Nós somos da palavra. Deve ser por isso que precisamos dizer um ao outro que amamos, de todas as formas e modos possíveis. A cada "saudade" que sai da boca dele eu entendo como "te amo", "preciso de você", "sinto tanto a sua falta", "fica comigo". E quando escuto isso, fico contando os minutos do lado de cá, só para ver o rostinho dele de novo...

Fui amando ele aos pouquinhos. Não sei precisar quando foi que o pouquinho virou poucão. que o tantinho virou um tantão. E de tantão passou a ser tudo. Sei que amo demais e gosto de dizer isso sempre: que eu amo ele tanto que nem sei, rsrs...




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

de repente aconteceu:
ela parou de procurar um emprego para ganhar a vida.
em troca, ganhou um viver mais excitante
e uma atividade diária prazerosa,
um fazer que lhe trazia muitas alegrias,
emoções, conhecimento...
e nele ela se realizava, se via, se encontrava.
ainda conseguia tirar dali o seu sustento,
e até mais do que precisava!

a partir de agora ela iria se adaptar a muitos dias de folga
pra fazer o que desse na telha,
e fazer deles dias produtivos
sem horário pra cumprir.

era trabalhar sem ter que sofrer,
será que poderia crer?

estava reconfigurando mesmo o sentido mais comum do termo
trabalho

ela tinha tempo para aguçar um querer maior
era mais posição, colocação profissional e outras bobagens do tipo
quanta ironia é a vida, pensou.
quem foi que inventou isso,
de alguém ter que se submeter para ser?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

meu amor voltou do pará.
combinamos o reencontro no lugar onde nos encontramos há cinco anos, pela primeira vez.
sentado no banco, ele me viu primeiro (como da primeira vez).
perdi um tempo até vê-lo porque quis me ajeitar antes de procurá-lo
quando olhei pra frente lá estava o homem do sorriso feliz! E disse: "já tinha te visto."

nós temos essa coisa de fazer competições idiotas, em que ninguém ganha ou perde, exatamente...

dessa vez ele não chegou antes de mim. atrasou porque o trânsito tava foda. e tava mesmo!
não era feriado de 1 de maio, como da primeira vez em que nos vimos.
mas era véspera de 7 de setembro...por isso ele engarrafou :(

como tive tempo, perambulei.
tive tempo pra ficar brava porque ele atrasou.
tempo pra comer a bala que tinha guardada na bolsa.
tempo pra raiva passar. = )

entrei na livraria e procurei alguns livros pra ler enquanto ele não aparecia.
a primeira prateleira que vi foi a do direito.
sempre vejo essa primeiro.
depois a de comunicação.
e por fim, não satisfeita com uma, nem com outra, procurei uma leitura específica.

a atendente botou o livro na minha mão e saiu.
folheei, li algumas partes, gostei.

a primeira coisa que pensei foi em levá-lo comigo pra casa.
pra ler na próxima semana, ocupando o tempo do sábado e do domingo, em que ele não vai estar aqui.

segundos depois pensei em uma coisa melhor: pedi caneta pra fazer uma dedicatória, escrevi e mandei embalar pra presente.

meu amor chegou e entreguei o presente pra ele.

entendi que amor é assim: quando a gente gosta muito de uma coisa quer dar a quem a gente gosta muito.
então eu dei.



domingo, 2 de setembro de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

eu escuto muitas coisas bonitas dele. nunca me esqueço das coisas bonitas que me fala. é singelo demais o nosso amor.

Marina: sinto sua falta...
Frederico: tb fico c mtas saudades. a cama eh mto grande pra um só. acostumei a dormir juntinho de vc
Frederico: te amo!!!!!
Marina: tb
Frederico: para de chora
Frederico: vo seca suas lágrimas com beijos
Frederico: minhta tutuca
Frederico: minha delícia
Frederico: meu amor
Frederico: minha vida
Frederico: minha estrela
Frederico: minha lua
Frederico: meu xingu
Frederico: minha amazona
Frederico: minha mulher
Frederico: minha esposa
Frederico: minha companheira
Frederico: meu ar
Frederico: meu sol
Frederico: minha brisa
Frederico: meu/minha tudo
Marina: gosssssstei
Marina: que nem paraense
Frederico: hehehehe
Frederico: essa é a boca pela qual me apaixonei
Frederico: hummmmmmmmm
Frederico: vo dar mtos beijos em vc qdo chegar
Marina: vo querer
Marina: e tb um tucunaré do xingu
Frederico: hehhehee
Marina: e um vidrinh
Marina: com agua do xingu
Frederico: hehehehhehe
Frederico: mormaço
Marina: e um mormaço de altamira
Frederico: hehehe

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxames de monólogos?).
Sim, inverno, estamos vivos.


Paulo Leminski


no ano passado li "distraídos venceremos", obra desse magnífico poeta dos nossos tempos. e onde você encontra esse poema na íntegra. sem dúvida, o melhor livro de poesia que li até hoje (de todo modo tb não li muitos, rsrs). 

quis eleger esse fragmento pra representar o dia de hoje. num rasgo de dúvida e insegurança que me tomou, lembrei-me dele e acho que tem tudo a ver com os sentimentos que me atravessam. tudo a ver com essa nuvenzinha negra estacionada sobre minha cabeça, rs. 

talvez seja bom repetir esses versos sempre e até fazer deles um mantra: ao falar provoco nuvens de equívocos. e quantas falas, quantos equívocos! nuvens de equívoco. ou enxames de monólogos? monólogos são só meus. ninguém sabe. ninguém vê. 

e sim, inverno, estamos vivos. estamos vivos. estamos vivos. estamos. vivos. sim.
apesar do frio. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tudo estava tranquilo.  Aí você volta do almoço, entra no prédio em que mora e, ao chegar no seu andar, tenta abrir a porta do elevador e percebe que algo está obstruindo a passagem. Você sente cheiro e pólvora e vê vidros estilhaçados no chão. Uma bomba estourou no corredor e, com a força da explosão, o vidro do basculante quebrou, sendo lançado em direção à porta. Alguns cacos estão cravados lá! Você entra em casa e sua mãe diz que ouviu um estrondo minutos atrás.  Imediatamente você pensa que se não tivesse feito uma horinha no almoço, se não tivesse caminhado um pouco mais devagar que de costume, se não tivesse parado no caminho para se ver um passarinho, dar o play pra ouvir de novo a mesma música no celular, ou só pensar numa bobagem qualquer, provavelmente, agora você estaria numa sala de emergência de um hospital qualquer.

Você chamou a polícia, mas ninguém apareceu ainda. Você sabe que tinha outros planos para esse dia, pensa nisso mas, nesse caso, as coisas podem esperar. Já se passou algum tempo e tudo continua lá, do mesmo jeito. É só mais um semana que começa, você pensa. Tudo pode acontecer não é? Que controle temos?


Você se lembra de um filme que assistiu há uns anos, "Não por acaso" é o nome dele. Você gostou desse filme é pensa que a vida é mais ou menos por aí, sabe...

É por aí , não por acaso.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ei, que tal falarmos sobre o que interessa?  E o que interessa é o amor.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

domingo, 5 de agosto de 2012

"amar é um elo
entre o azul
e o amarelo"  (Leminsky)


e eu me dei conta que, na verdade, é até mais: entre o azul, o verde e o amarelo. e ainda, de norte a sul. 

domingo, 29 de julho de 2012

voltar de um lugar e ver a vida pela estrada


voltando de Itapecerica fiquei vendo a paisagem da janela do ônibus. não era cinco da tarde e já tinha lua cheia no céu. já vi isso várias vezes em bh, mas na estrada é mais bonito. fora da cidade é mais bonito, pensei. quando chega a noite, então...quanta estrela que antes ficava escondida a gente vê! durante a viagem me vieram as lembranças da cidade e de como eu estive tranquila, feliz, em repouso com o mundo e comigo mesma.

ficar fora de casa é praticamente virar outra pessoa. apesar das roupas, dos sapatos, da gilette e do desodorante que se leva, a pessoa que vai é outra. e a que volta é mais diferente ainda da que foi. é como se a gente fosse querendo renovar o guarda-roupa, mas voltasse despido.

lá em Ita acordei ouvindo galo cantar, vi e ouvi o buzinaço da procissão dos motoristas da cidade (onde já se viu benzer carro?), e até arrisquei uma tortinha de maçã que sempre quis dar conta de fazer! claro que tinha campanha eleitoral, tinha pobreza nas ruas, tinha chateação urbana como tem em qualquer lugar, mas nada que a predisposição para o sossego não desse conta de levar pra longe de mim. chorei algumas noites também porque uma mulher na tpm chora. quando não acontece tem alguma coisa anormal (e era querer demais deixar a tepa em bh, né!?)....

no caminho de volta eu vi tantas montanhas bonitas...tantos casebres com luzinhas acessas no meio do nada... admirei aquela vida lá fora de longe... uma vida que nunca foi minha, nem nunca será. porque não existe nada em comum entre mim e aquele modo de vida. mesmo que eu e aquele povo fôssemos considerados todos mineiros, não havia nada ali que me fosse familiar. e essa falta de familiaridade foi suficiente para que eu achasse tudo encantador (fala do viveiros de castro que me aproprio aqui ). mas era só uma vista da janela do ônibus. a estrada até parecia um ponto de encontro, mas não: um abismo entre realidades muito distintas.

num arroubo mineiro eu pensei, disse pra mim mesma em silêncio: minas é um trem bonito demais! esses rincões são bonitos demais! as montanhas daqui escondem tantas coisas, tantos segredos...a gente não dá conta de entender nada mesm...só sente.


terça-feira, 17 de julho de 2012

delícias da vovó

o tempo de inverno me traz muitas boas lembranças. uma delas é a do chá de ervas que minha avó costumava fazer. na verdade, acho que ela gostava de preparar esse chá o ano todo, mas o inverno sempre era uma época mais propícia pra gente esquentar os peitos com aquela delícia!

Me lembro quando eu e vovó íamos ao centro pra comprar as ervas em uma casa especializada no mercado central. tinha uma outra também, da vaca desenhada na parede....mas essa não sei onde ficava porque quando a gente é criança não tem a menor ideia de onde está. mas nessa casa de ervas, tinha planta de tudo quanto é jeito, e eu achava que se levasse todas, o resultado do preparo podia ser ainda melhor, haha! vovó escolhia todas aquelas que desejava pra mistura ficar bem boa! e sempre ficava.

Depois vieram outros tempos, claro. e vovó começou a fazer também um tal "suco de maracujá especial." O suco de maracujá dela era ótimo também! uma verdadeira iguaria (ou mágica), ou somente ela podia encontrar os melhores maracujás para preparar aquele suco!!!

Minha avó sempre cozinhou muito bem! Ela foi cozinheira em tantos lugares (clubes, restaurantes, etc) que nem sei...e a cozinha sempre foi um lugar muito especial para ela, por isso ela se irritava quando eu e meus primos ficávamos rodeando o fogão para beliscar alguns petiscos! "Aqui não é lugar de menino", ela dizia. Sim, cozinha é coisa séria. Talvez seja por essa razão que eu não costumo me aventurar por esses espaços com muita frequência, rs.

Se para vovó as lembranças serão sempre majestosas, não posso dizer o mesmo sobre mim: "comedora de alhos socados" nas horas vagas, na infância! E hoje, aos vinte e quatro anos, o máximo que dou conta de preparar é um espaguete à bolonhesa com muito (ou pouco) sal, nunca a medida certa. Ah, também sou expert em fazer arroz, mas sempre com a ajuda da mamãe. Eu tenho sérios problemas para lembrar qual é a hora certa de jogar a água fervente por cima....brigadeiros sei fazer bem, mas nunca os enrolei em bolinhas pra ter certeza que é um sucesso!

Coisas que eu jamais farei igual: mingau de fubá com couve picada, caldo de mandioca e feijão, queimadinha (mais deliciosa do mundo), peixe ensopado, salada de almeirão!!!! Bem, entre as minhas próprias lembranças e as lembranças das comidinhas da vovó, fico com a segunda opção. aliás, acho que vou dar uma passadinha na casa dela em breve, quem sabe ela preparou aquele chá?




segunda-feira, 9 de julho de 2012

Inverno tímido, ideias tímidas. Desci pra comprar comida e não vi coisas interessantes...
Cansei das paisagens daqui, pensei. São sempre as mesmas. Não tem nada mais pra ver! Queria explorar outros lugares, outras redes, outras conexões... O meu mundo parecia mais interessante quando eu não tinha tempo para as coisas interessantes, e podia me queixar disso o tempo todo! Agora eu tenho muito tempo para as coisas interessantes, mas o meu olhar está desinteressado. 


E o meu bolso está sem grana, logo, mais desinteressado ou desinteressante também :(












quinta-feira, 5 de julho de 2012






































#imagensroubadas
do perfil de nelio costa. autor desconhecido.  

Revisitando os textos do curso de Gestão Cultural, encontrei esse aqui do Prof. José Márcio Barros. Poxa, me fez pensar...


2 OU 3 QUESTÕES SOBRE O OLHAR[1]
José Márcio Barros [2]
Você já levou uma criança a uma exposição? Tomara que sim, faz bem para quem leva e é melhor ainda para quem é levado. Mas se você, mesmo que muito bem intencionado e armado da mais elástica paciência e atenção, foi logo avisando, na porta do Museu ou da Galeria, de que ver é só com os olhos, propondo, então, que seus convidados colocassem as mãozinhas para traz, sinto informar que, suas intenções foram ótimas, mas você precisa rever suas idéias.
Talvez pudéssemos começar propondo uma diferenciação entre o VER e o OLHAR. Entre os dois, não há apenas uma diferença de intensidade, há uma ruptura, um salto. São posturas diferentes que inauguram “campos de significação diferentes”[3].  O VER pode ser afirmado como uma atitude involuntária, marcada pela imposição das coisas sobre o sujeito. Este, ingênua e passivamente, atua como uma espécie de “detector de metais”, que denuncia a presença de objetos, mas que se manifesta sonoramente da mesma forma, tanto pela presença de um chaveiro quanto por uma arma de fogo de um possível seqüestrador de aviões. Ver não exige vontade, basta se colocar à disposição, não exige espessura ou profundidade, basta o registro espontâneo da superfície visível.
O olhar é outra coisa, pressupõe outra postura, desencadeia outra relação, exige outro sujeito. Olhar é ir além da visão, rumo à realização de algo intencionado. O olhar é próprio daqueles que investigam, que se perguntam. É, pois, algo deliberado, que tensiona a relação do sujeito com o mundo. No olhar, o sujeito pensa; no ver, se acomoda.
Não há outra opção possível, para os que se querem educadores, senão o olhar, ou a visão feita interrogação, mesmo quando se admira a figura do flaneur, como decorrência romântica do mundo/cidade moderna. 
Dito desta forma, a experiência do olhar pode parecer uma clausura da razão, que dilacera de forma abrupta a espontaneidade e a criatividade do homem para com o mundo. Nada disso. Ser espontâneo, às vezes confundido com uma incapacidade de perguntar-se sobre o mundo, é na verdade uma qualidade de responder ao que é conhecido e ao que é desconhecido, através de registros inconscientes da cultura. Por outro lado, ser criativo, não é estabelecer uma relação de fricção passiva com as coisas do mundo, mas a deliberada necessidade de reinventá-las.
O Olhar é, portanto, uma intenção de descoberta. O OLHAR RESULTA E É RESULTADO DE NOSSA LEITURA SOBRE O MUNDO. Mas de que leitura falamos? Daquela reduzida ao texto escrito?  Certamente não. Por leitura devemos entender todo e qualquer desvendamento de estruturas simbólicas, sejam quais forem as linguagens, os suportes, os meios utilizados e as mensagens veiculadas. Ler é estabelecer sentido, buscar para além e aquém do significante, o significado latente, emergente, possível.
E é por isso que o poeta Moacyr Félix tem razão, ao chamar o homem de pontifex: fazedor de pontos, e ele próprio ponto. Fazedor de pontes, e ele próprio ponte.[4]
O olhar nada mais é que o resultado de uma empreitada de desvendamento de quem lê o mundo através da cultura, aqui pensada no sentido antropológico, como uma lente através da qual o homem atribui sentido às coisas e a si próprio, como sugere Roque de Barros Laraia[5]. E aqui nos encontramos frente a frente com alguns desafios.
Se até aqui falamos de possibilidades, é preciso reconhecer limites que precisam, intencionalmente, ser superados. Estabelecemos leituras, organizamos nosso olhar, a partir de códigos que nos estruturam como sujeitos da cultura. Construímos nossa relação com a realidade, através de valores, regras e normas, que apreendidas no coletivo, definem nossa identidade, nos dizem quem somos, a que grupo pertencemos. Sofremos assim, de um centramento perigoso, em nossas próprias verdades. Fazemos da diferença, a projeção redutora de nossas igualdades. Estranhamos e nos amedrontamos frente ao que não tem registro em nossa “província de significados”[6]. E é por isso que costumamos nos recusar ao outro. É por isso que tornamos inexistente ou invisível tudo aquilo que difere.
Por isso, o olhar numa perspectiva antropológica, só se realiza em sua plenitude arqueológica e visionária, se resultado da relativização. Se resultado da compreensão e desconstrução das categorias subjetivas e fundantes de nossa visão, de nosso olhar. Só dessa forma, o mundo que o olhar inaugura e reinaugura deixa de ser o recalcitrante reflexo de minhas, e meias, verdades, e passa a ser a realização do entendimento respeitoso do que há de mais rico no ser humano: sua capacidade de ser diferente.
Olhar o mundo, através da Antropologia, é um duplo exercício: primeiro porque exige o reconhecimento das universalidades e singularidades do ser humano, segundo, porque, não há possibilidade maior de nos revermos, que através do outro. Mas relativizar, desenvolver um olhar relativizador não é um ato religioso ou ideológico, apesar de exigir fé e convicção. É antes de tudo uma postura, ética/conceitual, que se recusa descontextualizar as ações e os gestos do homem de seus contextos de origem; que recusa uma essência universal do homem, mesmo que reconhecendo invariáveis de seu comportamento, por acreditar que tudo é mais uma questão de posição e de relações.
Assim é o olhar do antropólogo. A superação da contemplação anestesiada do mundo, mas também a superação do centramento excludente em suas próprias verdades.
Por isso, exposições são para ser investigadas, e não apenas vistas. Por isso o mundo e suas realidades devem ser experimentadas através de nossa sensorialidade, através de nossa subjetividade, através de nossa razão. Por isso crianças olham com o corpo inteiro! Por isso o olhar antropológico se movimenta, procurando familiarizar-se com o exótico e estranhar o que lhe é familiar. E neste vai e vem, descobrir e buscar compreender a plasticidade humana, sua complexidade, seus mistérios.


[1] Adaptação livre do trabalho desenvolvido no Seminário Educação do Olhar, promovido pela Secretaria de Estado da Educação de MG, em Junho de 1996. Publicado no Caderno Pensar, Jornal Estado de Minas, 1/11/97.
[2] Antropólogo, Mestre em Antropologia pela UNICAMP, Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ, Professor da PUC - Minas e da Escola Guignard – UEMG.
[3] Cardoso, Sérgio, “O olhar viajante (do etnólogo)”, in O OLHAR, Adauto Novaes (org.), SP, Cia. Das Letras, 1989.
[4] “Raciocinar é uma coisa, pensar é outra”, Revista Encontros com a Civilização Brasileira, 3, 1978.
[5] “Cultura um conceito Antropológico”, Rio, Zahar, 1986.
[6] PEIRANO, Marisa, A FAVOR DA ETNOGRAFIA, Rio, Relume, 1995.

domingo, 24 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

















































































Em algum dia de setembro do ano que vem eu espero estar neste lugar. :) Enquanto setembro não chega, a gente fica só imaginando com vai ser, né? E algo me diz que será um passeio bem romântico...


segunda-feira, 18 de junho de 2012

botei pra ele uma blusa rosa chá com babado e renda de ombro a ombro. sob a transparência e algumas flores, olhou as borboletas coloridas estampadas na pele. lembro dele passando os dedos por ali, a perceber o que quase se mostrava embaixo do pano, o que não se via e o que imaginava. era tudo só pra ele. e ele sabia. 

sexta-feira, 15 de junho de 2012



porque com música é melhor ;0






#imagensroubadas

fotos: Marco Aurélio Prates
espetáculo: 180 dias de inverno
roubadas de Ludmila Ramalho

quinta-feira, 14 de junho de 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

da série #textosroubados, haha! coisas que a gente vê (e lê) por aí.

na verdade, não entendi muito bem o motivo de tanto drama, e achei o escritor até meio bobo (apesar do texto ser ótimo) por fazer questão de encenar um papel tão tão deprimente por causa de um país, mas também me vi na pele dele quando tentei, de todas as formas, cursar o mestrado na puc no ano passado... e além disso, creio que com as minhas credenciais, haha, também não entraria nos estados unidos. o texto é interessante, anyway.


Pequena humilhação

As pessoas que me conhecem e os alunos dos cursos que já ministrei nessa vida podem me criticar por muitos motivos, menos por falta de admiração pela literatura norte-americana. Todos eles já me ouviram, pelo menos uma vez, falar com entusiasmo da prosa magistralmente precisa dos contos de Ernest Hemingway, dos romances pantanosos (geniais!) de William Faulkner e da sofisticação do estilo de F. Scott Fitzgerald.
Dos quatro livros que J. D. Salinger escreveu, já comprei no mínimo dez exemplares de cada, e mesmo assim não tenho, hoje, nenhum “Franny & Zooey” ou “O Apanhador no Campo de Centeio” comigo, pois são histórias com que gosto de presentear amigos e parentes e cujos personagens eu gostaria que eles amassem tanto quanto eu amo.
De Philip Roth sou fã de “Homem Comum” e “O Complexo de Portnoy”; “As Aventuras de Huckleberry Finn”, de Mark Twain, é um texto vigoroso como poucos; Flannery O’Connor e Raymond Carver estão sem dúvida entre os meus contistas preferidos. Passei muitas noites de insônia lendo a poesia apocalíptica de Allen Ginsberg e muitas manhãs felizes lendo as “Folhas de Relva” de Walt Whitman. Gosto de Jack Kerouac, de Hunter Thompson e de Joseph Mitchell. E há alguns anos e. e. cummings é o poeta que mais me comove.
Falei da literatura. Poderia ter falado, com menos propriedade mas com igual deslumbramento, do cinema, do jazz, de Jackson Pollock. 
Em todo caso, quero falar de Bob Dylan. Na minha opinião, ele é o ser vivo (não dá pra dizer que Bob Dylan seja exatamente um ser humano; ele é menos ou mais que isso, um semideus ou um saci do Mississippi) mais importante do planeta. O mais talentoso, o mais complexo, o mais extraordinário herói da linguagem.
Só com o que eu gastei em CDs, DVDs e livros sobre ele daria pra comprar uma moto. Uma vez dei um jantar pra vinte pessoas e, cinco horas e trinta garrafas de vinho depois, elas saíram de casa com toda a minha coleção de CDs desse “Shakespeare de camisa de bolinhas”, como Bono Vox o definiu. Eu devia estar num espírito de apóstolo, sentindo a necessidade de “espalhar a Palavra”. No dia seguinte, de ressaca, chorei de arrependimento. Aos poucos, fui refazendo minha coleção.
Mas nada disso quis saber o oficial do consulado dos Estados Unidos que, há duas semanas, (mal) me entrevistou e me negou o visto de entrada pro seu país. Quando perguntou minha profissão e eu disse escritor (ia dizer poeta, mas temi que ele me imaginasse como um engolidor de fogo ou um atirador de facas de um circo vagabundo de algum país latino-americano e peguei leve), ele pediu minha declaração de imposto de renda e meu extrato bancário. Aí perguntou se eu tinha algum imóvel no meu nome e se era casado. Não tinha. Não era. Ele disse que meu salário era muito baixo e me mandou embora.
Não será, portanto, dessa vez que os Estados Unidos e eu teremos a honra de nos conhecer.
Consola lembrar que sempre teremos Paris.


Fabrício Corsaletti, sobre o visto negado pros EUA.

terça-feira, 12 de junho de 2012

depois de ganhar um arlindo machado de presente de dia dos namorados, de tomar cappuccino de chocolate com creme, de ver meu amor usando seu lindo pullover, a gente voltou no mesmo motel do centrão de cinco anos atrás. nós já chegamos a essa conclusão, mas é sempre bom lembrar, mesmo em silêncio (porque hoje eu não disse, nem ele): nesse caso, as melhores coisas acontecem nos piores lugares.

pegamos carona pra voltar pra casa, mas antes disso, eu e ele ficamos no ponto do ônibus olhando pra saia e pros decotes das mulheres na rua, pras camisas apertadas dos marombados feios e "gatões"... pra essa gente que se vestiu adequadamente pra ocasião, diferentemente de mim, que botei meu velho tênis all star, minha amarrotada calça caqui  aquela blusa surrada com estampa de florzinha que não aguento mais. no estilo, neám! ele, ao contrário, estava impecável no seu pullover xadrez e gravata listrada. me mata de ódio e  de tesão...

a mentira: não tem nada mais excitante que um homem elegante e uma mulher mal enjambrada...parece até cena de filme! é claro que pensei isso pra não me subestimar, mas vai ver que é justamente nisso que reside a parcela mais significante do meu romantismo...

a gente tentou adivinhar se as moças já tinham comido seus homens ou se ainda iriam comer, se os casais de pseudo ricos que saíam do sesc palladium já tinham feito o que tinham que fazer ou iam continuar discutindo a peça, o show ou o filme sobre "não interessa. estou pensando no que vai acontecer depois", que eles usaram como preliminar pro sexo ou pretexto pra depois não ouvir que eles nunca fazem nada romântico, aff....enfim, pensamos se eles iriam ou não comemorar dignamente o dia dos namorados como nós, hahaha!

e depois de me contar sobre o desespero de um colega de trabalho solteiro que estava em busca de alguém exclusivamente para esta ilustre noite, pensei se todos, cada qual ao seu modo, seguem essas regrinhas inventadas estúpidas das datas comemorativas. vejamos: será que todos os casais trocam presentes? será que a maioria espera mesmo ouvir algo romântico e se chateia se não ouvir? será que a maioria está realmente afim de sexo? será que os policiais que vimos no motel passaram por lá só pra checar a identidade falsa de alguma mocinha menor ou foram fazer um ménage à trois? será que todos os solteiros vão conseguir encontrar uma transa casual? será que temos todos que transar nesse dia, ora?

eu estava realmente afim, mas quem diria o contrário? olhando por esse lado, nós dois somos muito convencionais: trocamos presentes, saímos pra comemorar, transamos...só não botei decote e perna de fora, mas o pullover, a gravata e o terno dele compensaram o meu desleixo.

é ridículo pensar que na minha cabeça, no entanto, a gente é diferente de todos os outros! nossos assuntos são únicos, dos mais diferentes e intrigantes! nosso café é o melhor e nossos dramas são melhores. nosso sexo é melhor e por aí vai... vai ver que romantismo é isso mesmo, fazer tudo igual, só que diferente. ou seja, romantismo não existe. e não deve existir mesmo, é tudo inventado pra alimentar o capitalismo, etc, etc, etc... claro, românticos de verdade, só eu e fred.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"O quase ser algo é um modo de ser. Tem o pleno direito e deve ser reconhecido, deve ser admitido na cidade filosófica, na cidade metafísica: as coisas que quase são. Até porque nós quase somos, nós vivemos quase sendo o que gostaríamos de ser."

Viveiros de Castro sobre a morte e seu "quase acontecimento", o "quase ser" e outras cositas mas.http://www.youtube.com/watch?v=aWez3Aq_dEs

quarta-feira, 6 de junho de 2012

#imagensroubadas



































Foto da Janine Avelar (fotógrafo não identificado)




terça-feira, 5 de junho de 2012

Na turma da disciplina Imagem e Mediação do mestrado da UFMG não tem nenhum aluno negro. Nenhum! Imagino que não deva ter também nenhum ex-aluno bolsista do PROUNI, exceto eu.

No mês de maio participei de um processo seletivo para trabalhar em uma agência daqui de beagá. Enviei o meu currículo e fui chamada para uma entrevista. Logo após a entrevista, me disseram que gostaram do meu perfil e que, por isso, gostariam de, imediatamente, me direcionar para outra etapa do processo. Fiquei feliz e neste mesmo dia conversei com um dos diretores de lá. Ele gostou de mim, eu gostei dele, falei pra mim mesma: acho que rola, rs! Bem, fui pra casa e, em menos de uma semana, recebi outro e-mail, no qual eu era convidada a seguir com o processo. Fiquei mais feliz ainda e fui pra lá porque todas as etapas eram presenciais. Desta vez, o papo foi mais sério, e conversei com um dos sócios da agência. Mandei bem, pensei. Acho que rola, hein!? Fui pra casa...Não se passaram nem três dias e o RH (sim, a agência tem RH!!) me chamou para fazer um teste psicológico e de personalidade...bora lá! Fui. Risquei um mocado de pauzinho no papel, depois identifiquei umas letrinhas que pareciam ser todas iguais e, em seguida, resolvi cerca de 50 questões de lógica em 40 minutos!!!! Uau!

Passados quarenta minutos, eis que surge novamente a assistente de RH na sala em que estava, com sorriso no rosto, ela disse: "Terminou? Ok, Marina. Eu vou corrigir o seu teste e em breve nós entraremos em contato para te dar um retorno sobre o processo."

Saldo do Processo Seletivo:

Envio de currículo: 1 e-mail
Marcação da entrevista: 1 e-mail
Entrevista com RH (inclui sapato novo, unhas feitas e dor de cabeça): 4 passagens de ônibus e almoço
Entrevista Técnica (inclui diretor gente boa): ilusão de que vai dar tudo certo
Marcação de nova entrevista: 1 SMS, 1 ligação de celular + 1 e-mail
Entrevista com o sócio (inclui perguntas nada a ver sobre a profissão dos meus pais e surpresa quando digo o quanto pretendo ganhar pelo trabalho): 4 passagens de ônibus, almoço e um misto de "a vaga é minha" com "sou o cocô do cavalo do bandido"
Marcação de teste psicológico: 1 e-mail
Teste psicológico: 4 passagens de ônibus + almoço + "acho que não sou normal" + "mas quem é?" + "que bom que é a última etapa".

Saldo Final:

1 semana após a realização da última etapa: 1 e-mail pedindo retorno. sem resposta.
2 semana após a realização da última etapa: + 1 e-mail pedindo retorno (com cópia para a analista de RH) sem resposta.

4 semanas após a realização da última etapa: nada. Nenhum retorno da agência, sequer se deram ao trabalho de enviar o famoso:

"Prezada Marina,

Agradecemos a sua participação em nosso processo seletivo, mas infelizmente você não foi selecionado para a vaga X. No entanto, gostamos muito do seu perfil e por esta razão, seu currículo permanecerá em nosso banco de dados para oportunidades futuras.

Atenciosamente,

Empresa que está se lixando para você."

Sobre o comentário acerca dos negros, ou melhor, da ausência de negros na UFMG, prefiro nem comentar nada. Uma coisa não tem a ver com a outra, mas o sentimento de não pertencimento é o mesmo em ambos os casos. Academia e Mercado, cada qual guarda suas safadezas, abusos e sacanagens, ao seu modo, e seguem escancarando as desigualdades da vida social na nossa cara. Coisas que só quem vive a diferença entende...
#imagensroubadas







































Foto da Débora Vieira (autor não identificado)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Primeira foto da série: #imagensroubadas




















Rio de La Plata, Argentina.

Foto do Gustavo Bones

domingo, 3 de junho de 2012






























































Fiquei muito emocionada, sabe... lembrei de quantas vezes eu vi nos livros de arte lá do Padre Marzano Mathias, escola que estudei até a 8ª série, as fotos das pinturas do Caravaggio. Naquela época, eu pensava que só veria coisas assim quando viajasse pra Itália (e ia demorar muito), mas não. Elas vieram até mim, lá na puta que pariu daquele Belvedere, mas vieram! Incrível!



segunda-feira, 28 de maio de 2012

#28/05 no stress, sem histeria.

sorrisinho de canto de boca até meia-noite.
que o mês de junho seja um aniversário cheio de realizações
o mês inteiro.

começando pela sexta-feira, um mês que começa nesse dia da semana só pode ser feliz...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

preciso conseguir escrever um artigo
sobre textos que não li
e mais um assunto que não irá interessar
a quem o solicitou.

tudo isso
mais uma preguiça
nada infundada
dessa academia em que fui me enfiar
gera
desânimos generalizáveis
desejo de escapada
vontade de mandar tomar...
sol anda faltando por aqui

mais sou protocolar
seguirei

conseguirei terminar
a tempo
ainda

há tempo.
olha pro céu mais um cadim...
a noite tá linda lá fora.

linda
a tempo
ainda
à noite
termina
porque ela é protocolar.

que cidade é essa que anda me escorregando

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sacudida num dia de baixo astral. Um trecho de conversa ao telefone.

- Ganhar dinheiro por ganhar dinheiro, não vale. A vida é mais que isso, amor. (ele)

- É que eu queria estar minimamente colocada...sentir que meu trabalho é reconhecido e me reconhecer nele... (ela)

-  Mas isso é uma falácia (ele se refere a minha situação anterior), porque estar minimamente colocado não é estar colocado. (pausa) E nesse caso, você precisa ser reconhecida pelo quê? Por quem? Por trabalhar com um assediador (moral)? Não... Desencana disso! Vira a página! Esquece isso! Você está melhor colocada agora!

- É... (pensamento: ele tem razão, mas vou ver até onde isso vai, rs).

- Cê tem que ser mais cara de pau! Tem que ser mais publicitária de você mesma. Não pode se arrepender.

- Não tô arrependida (não mesmo), mas tô pensando se fiz a coisa certa...(leia-se: mas que se foda)

- "Ai! Estou arrependida por ter largado um osso pobre, que não tinha gosto nenhum..." (ele ironiza enquanto solta fogo pelas ventas)

- larguei o osso.

- Eu fico puto com você às vezes, rs...(puto demais! haha!)

- Eu também, rs (mais ainda). Mas pra você ficar puto direito vou ler então o orçamento do vídeo de casamento que acabei de receber. (li, os valores que eram os olhos da cara e do...)

- Huumm (sinal de resposta negativa.).

- Pronto, saí do baixo astral! Vou ficar aqui com meu projeto e você fica aí com seu recurso, ok. Nos falamos mais tarde. Um beijo.

- Beijo. (pensamento dele que eu pensei que ele pensou: ela não aprende).

Eu não aprendo, rs. Desligamos.



"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. 


(...) Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.


(...) Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou."


Primavera, Cecília Meireles

segunda-feira, 21 de maio de 2012

o tempo está passando muito rápido! saí da faculdade ontem e ainda não sei o que fazer da vida. meu aniversário já é amanhã. mês que vem eu meu caso e no próximo ano devo ter um bebê. mas antes disso preciso terminar o mestrado, conhecer buenos aires e sim, claro, arrumar um novo job pra conseguir pagar o preço desses meus sonhos...ochi, rs! pensei que antes de morrer eu só queria fazer um filme, mas aí a vida foi ficando cada vez mais interessante e excitante e elucubrante... e eu me peguei fazendo a matrícula pr'aquele curso que eu tinha certeza que jamais faria na vida... participei daquele movimento que critiquei, protestei na porta da prefeitura com estranhos, pensei mesmo que tudo iria ser mais fácil ou mais difícil do que é. e aí desejei escrever um pouco mais sobre aquele piado de passarinho que me acorda pela manhã, escrever sobre o nada que é a falta de concretude das coisas que não alcanço, ou entendo (como agora). mas aí entendi que a vida não tem roteiros e que preciso estar aberta a novas possibilidades. descobri que a frase "sem medo de ser feliz" é de verdade. que sofrer, sonhar e viver também é, com todos os pesares e compensações...tudo isso é verdade...e que o resto, como quase tudo que contei aqui, é mentira, sabe. mentiras boazinhas, que a gente quer que seja verdade e acabam sendo...um dia, quem sabe... mas enquanto nada disso acontece pra valer, acho melhor pensar no café que tá passando lá na cozinha. eu aqui passando, pensando, brincando de escrever bobagens à noite. para quem mesmo? Para o Baby, meu amado cachorro. Um beijo e uma lambida no focinho. Até.

quarta-feira, 16 de maio de 2012


















Diário de Bordo em BH
Dia #02 - Contemplar

Na terça-feira visitei a exposição Simbio no Espaço Mari'stella Tristão do Palácio das Artes e vou comentar abaixo os meus dois trabalhos preferidos.

Fiquei encantada pela obra Trama, de Raquel Schembri.
A  delicadeza das bandeirinhas de crochê e seu fios soltos foi o que me convidou a entrar no espaço. Também adorei a combinação de cores: vibrantes e singelas. Por um instante, entrei num clima bem interiorano junino, rs. Gostei disso!


















Outra instalação que me encheu de alegria foi Começo e Meio Sem Fim, de Binho Barreto. Tentei encontrar uma foto da obra, mas não consegui.
Em um canto do espaço, uma pipa, presa pela rabiola ao chão, levita até o teto, e lá recebe uma projeção do céu. Confesso que fiquei alguns minutos só nesta obra, contemplando aquilo que, para mim, era mais a projeção da liberdade do que qualquer outra coisa. Foi impossível não lembrar da minha infância, dos papagaios mandados que eu via vagar pelo céu  do quintal da casa da minha avó....era lindo de ver...

Segundo a descrição da obra "o fenômeno de levitação nos demonstra que é necessário que haja força, mesmo que aparentemente invisível, para que exista leveza." Pra pensar.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

e após a tempestade, a calmaria.
vem agora o silêncio dos céus, o gotejar das folhas que restaram nos galhos
e um pedido de quem vê toda a exuberância do mundo em água pura:
deixa molhar um pouco mais!
pra quem bebe um copo de chuva
pra quem se distrai vendo as gotinhas baterem no vidro da janela
da sala deita no sofá e cochila ao som do chiado que ela faz.
beleza maior que isso é a alegria dentro de mim
de esperança e
só.
olha a chuva!

domingo, 13 de maio de 2012

estou me convencendo que o destino nos leva exatamente onde queremos chegar, só que de outras maneiras.

sexta-feira, 4 de maio de 2012


vou fazer um diário de bordo na minha própria cidade.
serão dez dias de anotações sobre algumas coisas que me aconteceram ao longo do dia. ufa! acho que vai ser trash, mas vamos lá.

#dia01

1. reunião com o cliente: tive a impressão que me saí melhor do que da última vez.como o sentimento é recorrente, acho que estou avançando.

2. no ônibus: pensei em vários discursos hipotéticos sobre o meu futuro: fiquei cochichando modos de me apresentar se fosse uma professora, uma empresária, consultora, cineasta, escritora... bem, essas coisas que eu sempre quis ser, não necessariamente nessa ordem, mas necessariamente tudo isso. haha!

3. cantei norwegian wood, dos Beatles no meio da rua, bem feliz e satisfeita. a inspiração veio de repente. cantei até o fim, improvisando o final porque não sabia mais a letra.

4. caminhei pela ciclovia do Funcionários e aí me imaginei morando por ali e indo trabalhar de bicicleta, percorrendo aqueles caminhos. No começo de maio é ideal, pensei, porque chove pouco nessa época do ano. Daria pra ir de bike até meados de setembro...coisa boa.

5. sorri ao entrar no escritório. às vezes resolve.

6. disse para uma amiga parte do que pensava sobre sua relação com o trabalho. tomei a liberdade ainda meio comedida porque ando pensando muito no que ela me disse sobre minha relação com as tarefas que assumo e, honestamente, os seus conselhos estão me fazendo refletir até hoje. tomara que os meus também lhe sirvam.

7. percebi que meu amor está enfastiado do assunto 'casamento'. vou ter que me controlar. não posso exigir que os outros se dediquem e pensem nisso à minha maneira, mesmo que o outro a quem me refiro seja o próprio noivo, rsrs.

8. Seguindo os conselhos dos colegas do curso de gestão cultural, assisti ao vídeo "o perigo da história única", um lindo relato da nigeriana Chimamanda Adichie sobre o risco das generalizações, dos esteriótipos, da falta de conhecimento dos povos sobre os outros povos. Incrível!

9. pensei novamente na meditação e em como posso organizar meu tempo para fazê-la. a última vez que meditei foi há aproximadamente 10 anos, na época que eu achava que era hindu! sentava sobre um pano colorido no chão da sala de casa, preparava um miojo e um chá de saquinho. acendia um incenso e ouvia um mantra. comia, bebia e cheirava aquela fumaça! Era o máximo! Foi o mais próximo que cheguei da experiência transcendental.

10. entrei numa sala escura, um museu. passei por uma cortina para ver um curioso objeto em exposição. era uma miniatura perfeita do planeta Marte! Disposto no chão para que várias pessoas pudessem circular o espaço e apreciar aquela estranha representação luminosa. Aliás, nem era bem uma miniatura. Marte era grande, mas isso não era tudo. A sala estava lotada de visitantes. Todos tinham em mãos óculos 6D!!! Fiquei sem entender por que as pessoas colocam os óculos e, rapidamente, o tiravam. Ao levá-los no rosto, a imagem era assustadora! Vi aquela bola laranja, com o seu tamanho aumentado cerca de 50 vezes. A sensação era sufocante, como se todos os presentes fossem ser engolidos pelo planeta. Eis uma prova do realismo dos sonhos e mais do que isso, como o fato de estamos "entre as gentes" não diminui o nosso pavor diante da imensidão e da incompreensão do universo. Tenho esses dramas e uma angustiante consciência de "ser pequeno num mundo que é grande e ser efêmero num mundo que é eterno." E num átimo acordei pra essa sexta-feira, sobressaltada.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Toda noite de outono deveria ser a dois. Se toda noite fosse de outono e se em todas elas nós fizéssemos cinco anos de relacionamento então, nem se fala. Cinco anos e algumas horas, cinco anos e um dia...nós brincamos assim ontem e eu achei bom.

Aliás, tem cinco anos que eu já falo que acho bom, acho... uma expressão que peguei do meu amor, que também já teve muitos apelidos, mas como amor é um verbo intransitivo...

Amor, verbo intransitivo: ele detesta esse livro.

Mas há cinco anos eu não sabia disso, assim como não via graça no outono. No outono tem muito vento e o cabelo bagunça todo na rua. As folhas caem das árvores e as coisas ficam mais sérias, mais sombrias.

Mas durante esses cinco anos, o outono tem sido diferente. se o vento sopra frio no rosto eu peço carinho e abraço. se as folhas cobrem o chão, eu acho lindo ver tapetes coloridos pelas ruas. e se as coisas ficam mais sérias, tá tudo bem. sempre fui uma mulher séria, rsrs.

Olhei pra ele e perguntei se mudei muito nesses anos. Devo ter feito cara de séria, de brava, porque ele disse que não, eu não mudei. Concordo. Não sou mais adolescente mas, para ter uma ideia, há um ano eu nunca tinha voado em um avião, morria de medo só de pensar e agora... passado um ano, bem, o que mudou foi que voei: quatro vezes. todas elas morrendo de medo!

Ele também não mudou. continua o mesmo. o mesmo tarado de cinco anos atrás. haha!

Mentira. Eu mudei. Ele mudou. Continuamos tarados, loucos e apaixonados (cada vez mais). E sabemos muito um do outro. Mas acho que ele ainda não sabe que fez de mim uma pessoa melhor. que todos os dias eu sorrio, seja na primavera, no outono e até no inverno...eu encontro sempre um motivo para ver alegria nas coisas e elas me parecem alegres sem nada ter acontecido. Sou uma completa idiota andante de tanta alegria!

Talvez ele não saiba, mas mudou a minha vida para sempre e continuará aqui, no meu coração, por toda a eternidade, mesmo após o fim do mundo, quando não houver mais outonos e ventos frios cortantes, nem folhas coloridas caídas no chão o amor permanecerá. intransitivo.