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segunda-feira, 28 de maio de 2012

#28/05 no stress, sem histeria.

sorrisinho de canto de boca até meia-noite.
que o mês de junho seja um aniversário cheio de realizações
o mês inteiro.

começando pela sexta-feira, um mês que começa nesse dia da semana só pode ser feliz...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

preciso conseguir escrever um artigo
sobre textos que não li
e mais um assunto que não irá interessar
a quem o solicitou.

tudo isso
mais uma preguiça
nada infundada
dessa academia em que fui me enfiar
gera
desânimos generalizáveis
desejo de escapada
vontade de mandar tomar...
sol anda faltando por aqui

mais sou protocolar
seguirei

conseguirei terminar
a tempo
ainda

há tempo.
olha pro céu mais um cadim...
a noite tá linda lá fora.

linda
a tempo
ainda
à noite
termina
porque ela é protocolar.

que cidade é essa que anda me escorregando

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sacudida num dia de baixo astral. Um trecho de conversa ao telefone.

- Ganhar dinheiro por ganhar dinheiro, não vale. A vida é mais que isso, amor. (ele)

- É que eu queria estar minimamente colocada...sentir que meu trabalho é reconhecido e me reconhecer nele... (ela)

-  Mas isso é uma falácia (ele se refere a minha situação anterior), porque estar minimamente colocado não é estar colocado. (pausa) E nesse caso, você precisa ser reconhecida pelo quê? Por quem? Por trabalhar com um assediador (moral)? Não... Desencana disso! Vira a página! Esquece isso! Você está melhor colocada agora!

- É... (pensamento: ele tem razão, mas vou ver até onde isso vai, rs).

- Cê tem que ser mais cara de pau! Tem que ser mais publicitária de você mesma. Não pode se arrepender.

- Não tô arrependida (não mesmo), mas tô pensando se fiz a coisa certa...(leia-se: mas que se foda)

- "Ai! Estou arrependida por ter largado um osso pobre, que não tinha gosto nenhum..." (ele ironiza enquanto solta fogo pelas ventas)

- larguei o osso.

- Eu fico puto com você às vezes, rs...(puto demais! haha!)

- Eu também, rs (mais ainda). Mas pra você ficar puto direito vou ler então o orçamento do vídeo de casamento que acabei de receber. (li, os valores que eram os olhos da cara e do...)

- Huumm (sinal de resposta negativa.).

- Pronto, saí do baixo astral! Vou ficar aqui com meu projeto e você fica aí com seu recurso, ok. Nos falamos mais tarde. Um beijo.

- Beijo. (pensamento dele que eu pensei que ele pensou: ela não aprende).

Eu não aprendo, rs. Desligamos.



"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. 


(...) Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.


(...) Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou."


Primavera, Cecília Meireles

segunda-feira, 21 de maio de 2012

o tempo está passando muito rápido! saí da faculdade ontem e ainda não sei o que fazer da vida. meu aniversário já é amanhã. mês que vem eu meu caso e no próximo ano devo ter um bebê. mas antes disso preciso terminar o mestrado, conhecer buenos aires e sim, claro, arrumar um novo job pra conseguir pagar o preço desses meus sonhos...ochi, rs! pensei que antes de morrer eu só queria fazer um filme, mas aí a vida foi ficando cada vez mais interessante e excitante e elucubrante... e eu me peguei fazendo a matrícula pr'aquele curso que eu tinha certeza que jamais faria na vida... participei daquele movimento que critiquei, protestei na porta da prefeitura com estranhos, pensei mesmo que tudo iria ser mais fácil ou mais difícil do que é. e aí desejei escrever um pouco mais sobre aquele piado de passarinho que me acorda pela manhã, escrever sobre o nada que é a falta de concretude das coisas que não alcanço, ou entendo (como agora). mas aí entendi que a vida não tem roteiros e que preciso estar aberta a novas possibilidades. descobri que a frase "sem medo de ser feliz" é de verdade. que sofrer, sonhar e viver também é, com todos os pesares e compensações...tudo isso é verdade...e que o resto, como quase tudo que contei aqui, é mentira, sabe. mentiras boazinhas, que a gente quer que seja verdade e acabam sendo...um dia, quem sabe... mas enquanto nada disso acontece pra valer, acho melhor pensar no café que tá passando lá na cozinha. eu aqui passando, pensando, brincando de escrever bobagens à noite. para quem mesmo? Para o Baby, meu amado cachorro. Um beijo e uma lambida no focinho. Até.

quarta-feira, 16 de maio de 2012


















Diário de Bordo em BH
Dia #02 - Contemplar

Na terça-feira visitei a exposição Simbio no Espaço Mari'stella Tristão do Palácio das Artes e vou comentar abaixo os meus dois trabalhos preferidos.

Fiquei encantada pela obra Trama, de Raquel Schembri.
A  delicadeza das bandeirinhas de crochê e seu fios soltos foi o que me convidou a entrar no espaço. Também adorei a combinação de cores: vibrantes e singelas. Por um instante, entrei num clima bem interiorano junino, rs. Gostei disso!


















Outra instalação que me encheu de alegria foi Começo e Meio Sem Fim, de Binho Barreto. Tentei encontrar uma foto da obra, mas não consegui.
Em um canto do espaço, uma pipa, presa pela rabiola ao chão, levita até o teto, e lá recebe uma projeção do céu. Confesso que fiquei alguns minutos só nesta obra, contemplando aquilo que, para mim, era mais a projeção da liberdade do que qualquer outra coisa. Foi impossível não lembrar da minha infância, dos papagaios mandados que eu via vagar pelo céu  do quintal da casa da minha avó....era lindo de ver...

Segundo a descrição da obra "o fenômeno de levitação nos demonstra que é necessário que haja força, mesmo que aparentemente invisível, para que exista leveza." Pra pensar.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

e após a tempestade, a calmaria.
vem agora o silêncio dos céus, o gotejar das folhas que restaram nos galhos
e um pedido de quem vê toda a exuberância do mundo em água pura:
deixa molhar um pouco mais!
pra quem bebe um copo de chuva
pra quem se distrai vendo as gotinhas baterem no vidro da janela
da sala deita no sofá e cochila ao som do chiado que ela faz.
beleza maior que isso é a alegria dentro de mim
de esperança e
só.
olha a chuva!

domingo, 13 de maio de 2012

estou me convencendo que o destino nos leva exatamente onde queremos chegar, só que de outras maneiras.

sexta-feira, 4 de maio de 2012


vou fazer um diário de bordo na minha própria cidade.
serão dez dias de anotações sobre algumas coisas que me aconteceram ao longo do dia. ufa! acho que vai ser trash, mas vamos lá.

#dia01

1. reunião com o cliente: tive a impressão que me saí melhor do que da última vez.como o sentimento é recorrente, acho que estou avançando.

2. no ônibus: pensei em vários discursos hipotéticos sobre o meu futuro: fiquei cochichando modos de me apresentar se fosse uma professora, uma empresária, consultora, cineasta, escritora... bem, essas coisas que eu sempre quis ser, não necessariamente nessa ordem, mas necessariamente tudo isso. haha!

3. cantei norwegian wood, dos Beatles no meio da rua, bem feliz e satisfeita. a inspiração veio de repente. cantei até o fim, improvisando o final porque não sabia mais a letra.

4. caminhei pela ciclovia do Funcionários e aí me imaginei morando por ali e indo trabalhar de bicicleta, percorrendo aqueles caminhos. No começo de maio é ideal, pensei, porque chove pouco nessa época do ano. Daria pra ir de bike até meados de setembro...coisa boa.

5. sorri ao entrar no escritório. às vezes resolve.

6. disse para uma amiga parte do que pensava sobre sua relação com o trabalho. tomei a liberdade ainda meio comedida porque ando pensando muito no que ela me disse sobre minha relação com as tarefas que assumo e, honestamente, os seus conselhos estão me fazendo refletir até hoje. tomara que os meus também lhe sirvam.

7. percebi que meu amor está enfastiado do assunto 'casamento'. vou ter que me controlar. não posso exigir que os outros se dediquem e pensem nisso à minha maneira, mesmo que o outro a quem me refiro seja o próprio noivo, rsrs.

8. Seguindo os conselhos dos colegas do curso de gestão cultural, assisti ao vídeo "o perigo da história única", um lindo relato da nigeriana Chimamanda Adichie sobre o risco das generalizações, dos esteriótipos, da falta de conhecimento dos povos sobre os outros povos. Incrível!

9. pensei novamente na meditação e em como posso organizar meu tempo para fazê-la. a última vez que meditei foi há aproximadamente 10 anos, na época que eu achava que era hindu! sentava sobre um pano colorido no chão da sala de casa, preparava um miojo e um chá de saquinho. acendia um incenso e ouvia um mantra. comia, bebia e cheirava aquela fumaça! Era o máximo! Foi o mais próximo que cheguei da experiência transcendental.

10. entrei numa sala escura, um museu. passei por uma cortina para ver um curioso objeto em exposição. era uma miniatura perfeita do planeta Marte! Disposto no chão para que várias pessoas pudessem circular o espaço e apreciar aquela estranha representação luminosa. Aliás, nem era bem uma miniatura. Marte era grande, mas isso não era tudo. A sala estava lotada de visitantes. Todos tinham em mãos óculos 6D!!! Fiquei sem entender por que as pessoas colocam os óculos e, rapidamente, o tiravam. Ao levá-los no rosto, a imagem era assustadora! Vi aquela bola laranja, com o seu tamanho aumentado cerca de 50 vezes. A sensação era sufocante, como se todos os presentes fossem ser engolidos pelo planeta. Eis uma prova do realismo dos sonhos e mais do que isso, como o fato de estamos "entre as gentes" não diminui o nosso pavor diante da imensidão e da incompreensão do universo. Tenho esses dramas e uma angustiante consciência de "ser pequeno num mundo que é grande e ser efêmero num mundo que é eterno." E num átimo acordei pra essa sexta-feira, sobressaltada.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Toda noite de outono deveria ser a dois. Se toda noite fosse de outono e se em todas elas nós fizéssemos cinco anos de relacionamento então, nem se fala. Cinco anos e algumas horas, cinco anos e um dia...nós brincamos assim ontem e eu achei bom.

Aliás, tem cinco anos que eu já falo que acho bom, acho... uma expressão que peguei do meu amor, que também já teve muitos apelidos, mas como amor é um verbo intransitivo...

Amor, verbo intransitivo: ele detesta esse livro.

Mas há cinco anos eu não sabia disso, assim como não via graça no outono. No outono tem muito vento e o cabelo bagunça todo na rua. As folhas caem das árvores e as coisas ficam mais sérias, mais sombrias.

Mas durante esses cinco anos, o outono tem sido diferente. se o vento sopra frio no rosto eu peço carinho e abraço. se as folhas cobrem o chão, eu acho lindo ver tapetes coloridos pelas ruas. e se as coisas ficam mais sérias, tá tudo bem. sempre fui uma mulher séria, rsrs.

Olhei pra ele e perguntei se mudei muito nesses anos. Devo ter feito cara de séria, de brava, porque ele disse que não, eu não mudei. Concordo. Não sou mais adolescente mas, para ter uma ideia, há um ano eu nunca tinha voado em um avião, morria de medo só de pensar e agora... passado um ano, bem, o que mudou foi que voei: quatro vezes. todas elas morrendo de medo!

Ele também não mudou. continua o mesmo. o mesmo tarado de cinco anos atrás. haha!

Mentira. Eu mudei. Ele mudou. Continuamos tarados, loucos e apaixonados (cada vez mais). E sabemos muito um do outro. Mas acho que ele ainda não sabe que fez de mim uma pessoa melhor. que todos os dias eu sorrio, seja na primavera, no outono e até no inverno...eu encontro sempre um motivo para ver alegria nas coisas e elas me parecem alegres sem nada ter acontecido. Sou uma completa idiota andante de tanta alegria!

Talvez ele não saiba, mas mudou a minha vida para sempre e continuará aqui, no meu coração, por toda a eternidade, mesmo após o fim do mundo, quando não houver mais outonos e ventos frios cortantes, nem folhas coloridas caídas no chão o amor permanecerá. intransitivo.