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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fui amando ele aos pouquinhos. No começo era só curiosidade, depois o amor cresceu. Em menos de um ano eu já me imaginava passando todos os momentos da minha vida com ele: as coisas que já tinha feito e gostei, das mais importantes às mais inúteis; as coisas que nunca fiz, mas que era louca pra fazer, como ir ao show do pearl jam e chorar do começo ao fim; e também as coisas que jamais pensei em fazer (!) Com ele eu fiz. Um amor como o nosso inventa moda todo dia por muitas razões, mas acho que é, principalmente, porque a gente gosta de se reinventar.

A gente foi aprendendo a amar junto, e todo dia eu amava uma parte dele que não conhecia. Depois de tanto tempo juntos a gente já ama um todo por completo. Por exemplo, eu amo a orelhinha dele, que tem pelugem aveludada nas beiradinhas do lado de fora, mais ou menos do mesmo jeito que ele ama morder o meu nariz (?)

A gente ama se atacar por qualquer coisa, faça chuva ou faça sol, os ataques são divertidos e é sempre uma alegria.Se tem uma coisa que vamos ensinar aos nossos filhos é isso: ataque sempre que precisar ou quando tiver vontade, hehe.

Amamos fazer tudo juntos. E não dispensamos passar um dia inteiro sem fazer nada, só de perna pro ar. Eu já amei ele tantas vezes que nem sei...Perdi a conta de quanto tempo fiquei vendo ele dormir um sono ferrado! Suspirar, franzir a testa e relaxar de novo. Aí abrir os olhos e sorrir quando me vê a contemplá-lo.

Eu já amei ele tantas vezes só de assistir ele comer, e gemer por achar bom; de vê-lo conversar com alguém, de vigiá-lo enquanto ele pensava na vida; ou abraçá-lo quando chorava só de ouvir música! Já amei ele tantas vezes e de tantos jeitos na cama: na dele, na minha, e em tantas outras, de tantos quartos e tantas casas diferentes!

Sinto que desde que o conheci só sei falar de amor, embora fale também de tantas coisas: de política, de revistas, de cinema, de televisão, de viagens, de projetos, de amigos, de medos, de tudo mesmo que me interessa, que interessa a ele. Vejo nisso tudo muitas formas de amor, travestido e a pulsar. Falo tanto para ele todas as bobagens que penso nessa vida que fico até com pena! Mas como a gente fala pra caralho, eu nem me culpo tanto mais, haha!

Desde que ele foi para o Pará eu divido os dias entre conversas sobre cidades, eleições, sol, chuva, rio, chegadas e partidas. No meio disso, sobra tempo de sobra para devanear. Perco a conta de quantas vezes interrompemos qualquer conversa para falar do futuro, planejar os próximos encontros, os passeios, as tarefas e, claro, discutir o casamento...mas como tudo nesse processo é importante, também falamos de açaí, de tapioca, de cacau, enfim...comidas gostosas que vou comer em breve, nham, nham.

Alguns casais se declaram em silêncio. Nós somos da palavra. Deve ser por isso que precisamos dizer um ao outro que amamos, de todas as formas e modos possíveis. A cada "saudade" que sai da boca dele eu entendo como "te amo", "preciso de você", "sinto tanto a sua falta", "fica comigo". E quando escuto isso, fico contando os minutos do lado de cá, só para ver o rostinho dele de novo...

Fui amando ele aos pouquinhos. Não sei precisar quando foi que o pouquinho virou poucão. que o tantinho virou um tantão. E de tantão passou a ser tudo. Sei que amo demais e gosto de dizer isso sempre: que eu amo ele tanto que nem sei, rsrs...




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