ainda bem que o destino me levou pra publicidade. minha vocação pro jornalismo é zero. sou uma mulher de ficções. e jornalista ficcional é over.
a doença do jornalismo. é essa obsessão pelo trágico, pelo sangue. a inversão da ordem de importância das coisas, como se as más notícias fossem sempre as mais relevantes. e as boas, pudessem ocupar os menores espaços porque são supérfluas. coisa boa não vende. isso é triste.
nada contra quem faz jornalismo sério, de verdade. se é que ele existe. mas pense só numa pessoa como eu, nessa onda de preferir ficar com as realidades possíveis, aquelas que são inventadas para o bem. não ia ter espaço. é melhor uma notícias boa de mentirinha do que uma notícia ruim de verdade. porque notícia ruim contamina a gente.
a notícia boa é o menino que pula no rio do alto do barco. é o pescador que volta da pesca e serve a comida para alimentar a família. é o marido que começou a ajudar a esposa com as tarefas domésticas e cuidar dos filhos porque a realidade mudou. se os jornais se dedicassem mais a essas micro realidades o mundo seria muito melhor. todo mundo poderia ver outras realidades possíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário