Fiquei pensando sobre o programa de hoje enquanto voltava pra casa. Dentro do ônibus quietinha...lá fora um mundão barulhento, cheio de carros engarrafados pelas obras...
É que hoje, 18 de outubro de 2011, conheci um lugar fantástico: a Casa MAC, uma espécie de centro cultural, espaço para eventos (silenciosos), oficinas, exposições e afins lá no Cidade Jardim.
Pirei com o lugar e, por isso tirei muitas e muitas fotos. De um tantão que tirei, restaram 13, que editei, tratei, lambrequei e publiquei na rede.
Minhas fotinhas impregnadas de percepções minhas daquele lugar podem ser vistas no facebook e no flickr, mas não recomendo =D
Uma pena que as fotos não dão conta das nossas emoções, nem das nossas lembranças, nem de quase nada mesmo. O ato de fotografar é mais interessante que o resultado. Porque depois que vi os registros na tela da câmera achei mesmo que aquilo ali não era o que tinha visto lá. E fiquei pensando dentro do ônibus , engarrafada no trânsito frenético da Antônio Carlos, justamente isso.
O que vou dizer é bem óbvio, mas como eu adoro obviedades...bem, vou dizer mesmo assim!
Fotografias, vídeos, versos, posts como este, perfis em redes, etc., são registros da subjetividade humana em ação, em constante processo de significação. Processo de produção, edição, re-edição, compartilhamento e, portanto, re-significações. Isso engendra, assim, um monte de coisas que não param nunca, sabe...é a força do processo! Acho o processo das coisas bem poderoso, bem mais poderoso que o resultado da coisa em sim. E por falar "em si", a vida é processo, não é resultado. Se fosse resultado eu viveria pensando na morte, que é, pela lógica, o resultado do processo "viver".
Isso é fato, mas também é um fato mentiroso pra quem é ser humano, bicho cheio de simbolismo, como nós. Não vivemos assim, pensando que todas as nossas ações, cotidianamente, nos conduzem para um único fim, desculpe o trocadilho, rs: a morte.
Lembro agora das aulas de semiótica que não tive e penso, na verdade, eu filosofo engatinhando: até isso é simbolismo! Essa mania que temos de nos "enganar" o tempo inteiro, tentando esquecer nosso fático futuro. E por que fazemos isso? Porque o início ou o fim não interessa. O que já foi ou quando vai ser, onde vai ser, e ainda, de que vai ser, nada disso importa ou não deveria importar, não é mesmo?
O que nos interessa mesmo é a vida. Esse nome que damos ao que acontece no meio.
A vida é o meio do caminho: o que somos, onde estamos, como estamos, enfim, nossas ações e estado de espírito acontecendo right now ou como diria alguém importante que não me lembro o nome: meu tempo é agora. E é mesmo. E é óbvio, mas ainda assim nos ocupamos de tantas imbecilidades, nos prendemos aos passado e nos pegamos dizendo: mas no meu tempo as coisas eram diferentes...
Bom, eu acredito mesmo nisso! Quando você tem tempo pra pensar na vida, pensa coisas realmente incríveis. Quando tem tempo para pensar no processo e não no início ou no fim, se sente mais feliz e realizado. E quando você tem tempo pra pensar nisso, você, provavelmente, está desempregado, como eu. Brincadeirinha.
Quando escrevo essas coisas, acho que não passei quatro anos da minha estudando essas paradas na faculdade. É como uma criança que encontrou antes do Natal o presente do Papai do Noel, sabe. No meu caso, sinto que abri meu presente depois do Natal. As coisas começaram a ser processar na minha cabeça após a faculdade. De repente, eu vi uma nova cena, na qual tudo é diferente e possível, e o dinheiro é, quase sempre dispensável.
Como é bom pensar nisso e me surpreender com essas obviedades da comunicação! Vou continuar pensando, isso ainda vai me levar a algum lugar, hehehehe...
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